ATA DA OITAVA SESSÃO
EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 02-7-2014.
Aos dois dias do mês de
julho do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e
trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Alceu
Brasinha, Cassio Trogildo, Christopher Goulart, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Kevin
Krieger, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Alberto Kopittke, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Delegado
Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Lourdes
Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mônica Leal, Paulo Brum, Sofia Cavedon, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do
Legislativo nº 099/14 (Processo nº 1040/14), de autoria da vereadora Fernanda
Melchionna; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/14 (Processo nº
1273/14), de autoria do vereador Márcio Bins Ely; e os Projetos de Lei do
Legislativo nos 125 e 127/14 (Processos nos 1320 e
1322/14, respectivamente), de autoria do vereador Tarciso Flecha Negra. Após,
foi apregoado o Memorando nº 031/14, de autoria da vereadora Sofia Cavedon,
deferido pelo Presidente, solicitando autorização para representar externamente
este Legislativo, no dia de hoje, no Ato de Entrega de Instrumentos Musicais
para Orquestras Estudantis, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini,
em Porto Alegre. Também, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
vereador Engº Comassetto, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 009/14, discutido pelo vereador Alceu Brasinha,
os Projetos de Lei do Legislativo nos 083, 124 e 131/14, discutidos
pelos vereadores Engº Comassetto e Idenir Cecchim, e 005/14, discutido pela
vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Executivo nº 019/14, discutido
pelo vereador Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do
Legislativo nos 003 e 015/14, os Projetos de Lei do Legislativo nos
333/13, 109, 112, 116 e 126/14, o Projeto de Lei do Executivo nº 020/14,
o Projeto de Resolução nº 020/14. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de
autoria do vereador Engº Comassetto, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde no dia de ontem. Em seguida, foram apregoadas as Emendas nos 13
e 14, de autoria do vereador Pedro Ruas, Líder da Bancada do PSOL, ao Projeto
de Lei do Executivo nº 057/13 (Processo nº 3506/13). Ainda, foi apregoado o
Memorando nº 012/14, de autoria da vereadora Fernanda Melchionna, informando,
nos termos dos §§ 6º e 7º do Regimento, sua participação, no dia de ontem, de
debate da 4ª Semana Acadêmica Integrada da Unipampa, Campus Sant’ana do
Livramento, no Município de Santana do Livramento – RS. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Christopher Goulart, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna e Reginaldo Pujol. Às dez horas e trinta e cinco minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi
rejeitado o Requerimento nº 038/14 (Processo nº 0884/14), por oito votos SIM,
doze votos NÃO e três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador
Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Bernardino
Vendruscolo, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon, votado Não os vereadores Alceu
Brasinha, Cassio Trogildo, Christopher Goulart, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulo
Brum, Reginaldo Pujol e Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores
Delegado Cleiton, Lourdes Sprenger e Paulinho Motorista. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 018/14 (Processo nº
0288/14), o qual, após ser discutido pelos vereadores Sofia Cavedon, Alceu
Brasinha, Idenir Cecchim, Mônica Leal, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol e Cassio
Trogildo, teve adiada sua discussão por três Sessões, a Requerimento, aprovado,
de autoria da vereadora Fernanda Melchionna. Após, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo vereador Engº Comassetto, solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia. Em Votação, foi aprovado o
Requerimento nº 070/14 (Processo nº 1590/14), por vinte votos SIM e duas
ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Reginaldo Pujol,
Engº Comassetto e Delegado Cleiton, em votação nominal solicitada pelo vereador
Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores Bernardino Vendruscolo, Cassio
Trogildo, Christopher Goulart, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Engº
Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Mauro Pinheiro,
Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Valter Nagelstein
e Waldir Canal e optado pela Abstenção as vereadoras Fernanda Melchionna e
Lourdes Sprenger. A seguir, foram apregoadas a Subemenda nº 01, de autoria do vereador
Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, à Emenda nº 12, e as Emendas nos
15 e 16, de autoria da vereadora Jussara Cony, Líder da Bancada do PCdoB,
ao Projeto de Lei do Executivo nº 057/13 (Processo nº 3506/13). Também, foi
apregoado Requerimento de autoria do vereador Mauro Pinheiro, deferido pelo
Presidente, solicitando votação em destaque das Emendas nos 15 e 16
apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 057/13. Em prosseguimento, foi
apregoado Requerimento de autoria do vereador Márcio Bins Ely, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, do dia vinte e oito
de junho ao dia três de julho do corrente, em Reunião da Internacional
Socialista, na Cidade do México, no México. Após, foi votado Requerimento
verbal formulado pelo vereador Christopher Goulart, solicitando alteração na
ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia, o qual obteve
dezesseis votos SIM, em votação nominal solicitada pelo vereador Paulo Brum,
tendo votado os vereadores Bernardino Vendruscolo, Christopher Goulart,
Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger,
Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum e
Valter Nagelstein, votação essa declarada nula pelo Presidente, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Durante a Sessão, os vereadores Delegado
Cleiton, Mônica Leal e João Derly, manifestaram-se acerca de assuntos diversos
e foi registrada a presença, neste Plenário, do vereador Rafael Bueno, da
Câmara Municipal de Caxias do Sul – RS. Às onze horas e trinta e nove minutos,
constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Presidente declarou
encerrados os
trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária de hoje, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo vereador Professor Garcia e secretariados pelo vereador
Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para um
Requerimento.
O SR. ENGº COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que
possamos, imediatamente, entrar no período de Pauta. Após retornamos à ordem
normal.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0123/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/14, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
declara de utilidade pública a Associação dos Amigos, Parentes e Portadores de
Ataxias Dominantes (AAPPAD).
PROC.
Nº 0834/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 083/14, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
reconhece a pessoa com transtorno do espectro autista como pessoa com
deficiência e dá outras providências.
PROC.
Nº 0942/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que estabelece normas para a implantação de helipontos no Município de Porto
Alegre. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1295/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/14, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
inclui inc. XIV no art. 3º da Lei nº 9.782, de 6 de julho de 2005 – que cria a
Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social (Smacis) no âmbito da
Administração Centralizada do Município de Porto Alegre, extingue o Gabinete de
Acessibilidade e Inclusão Social (Gacis), altera o caput do art. 1º da Lei nº 9.723, de 27 de janeiro de 2005, e dá
outras providências –, alterada pela Lei nº 11.224, de 22 de fevereiro de 2012,
ampliando o rol de finalidades dessa Secretaria.
PROC.
Nº 1372/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/14, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
determina que, para fins de plena fruição dos direitos previstos na legislação
do Município de Porto Alegre para as pessoas com deficiência, o Executivo
Municipal não considere os critérios renda familiar e renda pessoal.
PROC.
Nº 1380/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/14, que cria 16 (dezesseis) cargos de
provimento efetivo de Médico Veterinário na Administração Centralizada do Município
e altera os itens Identificação, Atribuições, Condições de Trabalho e
Recrutamento, constantes na Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988 – que
estabelece o Plano de Carreira dos Funcionários da Administração Centralizada
do Município; dispõe sobre o Plano de Pagamento e dá outras providências –, e
dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2910/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 333/13, de autoria da Verª Any Ortiz, que obriga
o Executivo e o Legislativo Municipais a transmitir suas licitações pela
Internet, em tempo real.
PROC.
Nº 0374/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 003/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
institui o Programa IPTU Verde.
PROC.
Nº 1104/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/14, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
assegura ao aluno com deficiência a matrícula em escola da rede pública
municipal de ensino mais próxima de sua residência, bem como sua acessibilidade
e seu ensino adequado por meio de professores habilitados para seu devido
acolhimento, e dá outras providências.
PROC.
Nº 1149/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
obriga casas noturnas e locais de espetáculos ou de eventos a identificar, por
meio de crachá, funcionários e prestadores de serviço terceirizados, revoga a
Lei nº 10.771, de 9 de novembro de 2009, e dá outras providências.
PROC.
Nº 1207/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 116/14, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
obriga os estabelecimentos que comercializam leite a afixarem, em seu interior
ou em sua fachada, em local visível ao público, placas ou cartazes informando
os nomes das marcas de leite adulterado mediante mistura de ingredientes
estranhos e nocivos à saúde e dá outras providências.
PROC.
Nº 1242/14 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/14, de autoria do Ver. João Derly e da Verª Jussara Cony, que
concede a Comenda Porto do Sol à Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS.
PROC.
Nº 1321/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 126/14, de autoria do Ver. Tarciso Flecha Negra,
que denomina Rua José Eloy Fagundes o logradouro não cadastrado conhecido como
Rua C – Vila dos Eucaliptos –, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC.
Nº 1419/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/14, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
inclui art. 17-A e revoga o inc. IV do caput
e o § 2º do art. 4º da Lei Complementar nº 740, de 16 de maio de 2014 – que
institui o Estatuto do Pedestre, cria o Conselho Municipal dos Direitos e dos
Deveres do Pedestre (Consepe), revoga a Lei nº 10.199, de 11 de junho de 2007,
e dá outras providências –, estabelecendo prazo para a regulamentação dessa Lei
Complementar, excluindo as passarelas em vias de grande fluxo de trânsito ou
com mais de 2 (duas) faixas de rolamento do rol de direitos assegurados ao
pedestre e excluindo a definição de tempo mínimo para a programação de
sinaleiras para pedestres.
PROC.
Nº 1434/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/14, que autoriza o Poder Executivo a
contratar financiamento junto ao Banco do Brasil S/A e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, temos problemas de
acessibilidade na cidade de Porto Alegre, principalmente para as pessoas
portadoras de deficiência, seja física, como cadeirantes, ou deficiência
visual, que precisam se locomover na Cidade. Nós vamos debater, hoje à tarde, o
projeto da telefonia. Só com a quantidade de orelhões que têm atrapalhando os
pedestres, principalmente as pessoas com deficiência, já dá para fazermos uma
análise e chegarmos à conclusão de que a acessibilidade em Porto Alegre ainda
está aquém do que apregoa a lei e do que apregoa o próprio Plano Diretor,
aprovado aqui. Portanto, sugiro a esta Casa que, ao analisarmos esses projetos
que estão sendo apresentados pelo Ver. Paulo Brum, possamos fazer a reflexão
conjunta do Plano Diretor de Acessibilidade, já aprovado por esta Casa. Esta é
a contribuição que tenho a fazer. A nossa Cidade ainda está carente no que diz
respeito às suas calçadas. Nós trabalhamos muito nas regiões mais periféricas.
Eu tenho reafirmado aqui que a quantidade de crianças que andam no leito das
ruas para chegar às escolas é incrível. Todo o dia pela manhã, quando passo
pela Restinga, Lomba do Pinheiro, Agronomia e por outras regiões, vejo centenas
de crianças andando pelo leito da rua, podendo ocasionar problema. Nós
precisamos enfrentar esses problemas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde no dia 1º de julho de 2014.
O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, inicialmente me permito cumprimentar os colegas
que, com ar de felicidade, estão nesta manhã em Sessão Extraordinária aqui na
Casa, por assim dizer, compensando aqueles dias em que não foi possível reunir
o plenário em função do envolvimento da cidade de Porto Alegre com a realização
da Copa do Mundo de 2014, que sabidamente alcançou, aqui na nossa Cidade, um
dos seus maiores sucessos, internacionalmente reconhecido. Retomamos o trabalho;
novos projetos surgem e são debatidos aqui na Casa em caráter preliminar. É o
caso concreto do Projeto de Lei do Executivo nº 019/14, que cria 16 cargos de
provimento efetivo de médico-veterinário na Administração Centralizada.
Sabidamente a cidade de Porto Alegre, por suas características, é uma cidade
onde predomina a atividade econômica de serviços. A agropecuária do Município é
restrita aos extremos da Cidade e tem se caracterizado, ao longo do tempo,
muito mais na criação de animais de pequeno porte e de experiências bem
sucedidas na área da fruticultura, com a produção de pêssegos e ameixas e de
outras frutas que não demandam grandes extensões de terras para a sua produção.
A criação dos cargos de médico-veterinário atende a
uma recomendação de muito tempo, Ver. Cecchim. A área específica está incluída
na Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio - SMIC, dirigida
muito bem por Vossa Excelência, e conta com aquele setor do fomento
agropecuário, fundamentado especialmente na experiência do Centro Agrícola Demonstrativo,
lá nos limites de Porto Alegre, praticamente dentro do Município de Viamão,
onde atividades das mais qualificadas são desenvolvidas e onde a presença dos
técnicos se faz necessária, especialmente porque, ao correr dos tempos, os
médicos-veterinários foram se aposentando. Com isso, obviamente foram se
criando soluções transitórias: os cargos em comissão e as contratações, as
chamadas cartas-convite, foram progressivamente se intensificando, criando um
impasse dentro da Administração. Agora, com a Secretaria em defesa dos animais,
mais razão ainda para que se melhore o quadro de técnicos científicos do
Município na área da medicina veterinária. Ver. Idenir Cecchim, V. Exa. me
honra com o aparte.
O Sr. Idenir
Cecchim: Obrigado, Vereador. Realmente esse projeto vem em boa hora. Na minha
época nós instalamos, aqui em Porto Alegre, o Serviço de Inspeção Municipal -
SIM - estávamos com problemas de Veterinários. Também foi naquela época que
começamos a vacinar o rebanho de Porto Alegre, que é representativo na nossa
área rural, para darmos mais segurança para quem consome leite, carne nesses
locais. Precisa-se também do médico-veterinário para as inspeções da Vigilância
Sanitária da Secretária de Saúde. Enfim, esse projeto vem em boa hora, e, sem
dúvida nenhuma, é para dar mais segurança aos nossos porto-alegrenses, aos
consumidores de Porto Alegre.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu fico grato. V. Exa., que há pouco tempo esteve
na SIMC, bem conhece esse assunto. Hoje não é mais possível acreditarmos que a
gente possa assegurar um consumo adequado, sadio e seguro nas grandes cidades,
se não tivermos essa preocupação de controle e fiscalização. E, no caso de
Porto Alegre, ainda que muito restrita, existe produção nessa área; produção
com sentido econômico, especialmente na agricultura, os chamados animais de
pequeno porte. Poucos sabem que existe criação de coelhos em Porto Alegre, que
existe piscicultura, que existe uma série de situações, porque este Município,
na sua extensão territorial, permite as mais diferentes experiências. O Plano
Diretor, quando consagrou a chamada área rururbana, que é um misto de área
rural com urbana, conservou, consagrou e simulou a presença dessa atividade
mista dentro do desenvolvimento econômico, com objetivo claro e específico de garantir
um consumo seguro, sadio e necessário da nossa população, que felizmente
consome grande parte de seus produtos de uso diário, oriundos da produção local
ou da produção regional. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): O Ver. Christopher Goulart está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR.
CHRISTOPHER GOULART: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
todos que nos assistem pela TVCâmara, eu quero, antes de iniciar a minha explanação,
utilizar o tempo de Liderança, já agradecendo Partido Democrático Trabalhista,
para reafirmar, aos nobres colegas Vereadores, o orgulho que tenho de estar,
mesmo que esporadicamente, nesta Casa, exercendo este importante papel
legislativo. Tenho certeza de que todos aqui se sentem honrados em desempenhar
este papel e também carregam, Ver. Cecchim, esse mesmo sentimento que carrego,
neste momento, de poder compartilhar, de poder aportar importantes assuntos,
temas, para a cidade de Porto Alegre.
Nessa condição, eu quero trazer para a cidade de
Porto Alegre um debate que entendo que seja de extrema importância. Eu
apresento hoje - pedi para ser inserido em Pauta - o projeto que institui o
teste de proficiência para os cargos em comissão no Município de Porto Alegre.
O que pretendo com isso? Eu entendo que, após tantas manifestações de rua, após
tantas mobilizações da sociedade brasileira, principalmente aqui no Rio Grande
do Sul e, particularmente, em Porto Alegre, há uma exigência natural, clara e específica
para que os serviços públicos sejam melhorados, para que haja uma transformação
nessa área sensível - é um apelo da sociedade de Porto Alegre. O que eu venho a
propor é a qualificação dos serviços públicos, no sentido de que os indicados
para esses cargos em comissão passem por um teste simples, para indicar
minimamente a sua capacidade de exercer o seu cargo, seja em qualquer órgão da
Administração Pública.
Eu justifico e dou como exemplo o meu próprio caso.
Eu, recentemente, estive como Vice-Presidente da FASC, onde tive a oportunidade
de conviver com o hoje Vereador, Kevin Krieger. O meu exemplo serve para
justificar o nosso projeto: se eu tivesse tido uma noção elementar da Lei
Orgânica de Assistência Social – LOAS, certamente, como advogado, com curso
superior – isso que não é requisito de qualificação, curso superior ou curso de
nível médio -, sabendo esses conceitos elementares, desempenharia minha função
com muito mais eficácia na pasta da Assistência Social; pelo menos ingressaria
com uma noção mais exata, seria mais eficiente para sociedade.
Dessa forma, quero poder contribuir para eliminar
com o preconceito existente em relação aos cargos de confiança, até mesmo para
ingressar em uma esfera que qualifique o próprio servidor, para que ele se
sinta qualificado no momento em que passe por esse teste, aplicado
evidentemente pela Prefeitura.
Eu venho de uma escola, de uma formação reformista.
Obviamente tratamos aqui de uma reforma administrativa. Eu trago também um
conceito que diz que reformar é solucionar pacificamente as contradições de uma
ordem jurídica e econômica desgastadas, superadas pela realidade do momento em
que vivemos; entendo que isso não se justifica mais, que nós hoje vivemos em um
ciclo, muitas vezes vicioso, que deve necessariamente ser apreciado e
reapreciado pelo Poder Público, por nós, agentes, que aqui nos encontramos para
debates, para romper com paradigmas, para ultrapassar barreiras, para fazer com
que reacendamos a necessidade da boa política, com a contribuição necessária
daquele que aqui exerce um papel na Câmara Legislativa. De modo que esse é o
nosso projeto: a qualificação do serviço público; que não se confunda com
concurso público, teste de proficiência. Não há vedação constitucional. O art.
37, inc. II, da Constituição deixa claro que a disposição dessa matéria é, sim,
regimentada pelo poder municipal, por isso não confunde com concurso público. O
poder municipal é que tem a capacidade de legislar sobre essa matéria. Porto
Alegre pode estar dando um exemplo para todo o Brasil, sendo a primeira Capital
do País, talvez a primeira Cidade a trabalhar os cargos de confiança dessa
forma, no sentido da qualificação do serviço público. São essas as minhas
palavras no momento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.
Apregoo a Emenda nº 13, de autoria do Ver. Pedro
Ruas, ao PLE nº 057/13.
Apregoo a Emenda nº 14, de autoria do Ver. Pedro
Ruas, ao PLE nº 057/13.
Apregoo o Memorando nº 012/2014, de autoria da Ver.ª
Fernanda Melchionna.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, Vereadores do meu
Partido, vou falar aqui sobre o projeto do meu colega Ver. João Carlos Nedel,
mas, antes disso, quero aproveitar para falar sobre o sucesso da Copa:
estranhamente, alguém que era contra há pouco tempo, hoje está comemorando e
falando sobre o legado da Copa - a Ver.ª Sofia.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Eu tenho
gravado, Ver.ª Sofia, um vídeo, que vou trazer para mostrar. Nós estávamos no
seminário da Saúde. Eu acho que realmente a senhora mudou. Fiquei feliz com
isso. A senhora lembra que não deixavam tirar as árvores. A senhora participou
de todos os tipos de manifestações. Mas ontem a Ver.ª Sofia já estava
comemorando o legado da Copa que ficou para a Cidade. Olhei e fiquei surpreso!
Esse extraordinário Prefeito passou por todos os
tipos de críticas. Há sete anos, Ver. Reginaldo Pujol, nós estávamos lá
festejando a Copa. Houve todo o tipo de manifestações. Agora, com essa boa arrecadação,
com esse bom trabalho de todos os Secretários envolvidos, eu fiquei muito feliz
em ver a Ver.ª Sofia mudando.
Mas, senhores, quero falar do projeto do Ver. Nedel
sobre os helipontos. Por que, Ver. Villela? Já falei com o Ver. Nedel, meu
querido amigo, que eu tenho um projeto. Eu, o Ver. Reginaldo Pujol e o Ver. Dr.
Thiago estivemos fazendo um voo panorâmico em Porto Alegre. Eu tenho uma
arquiteta e um engenheiro trabalhando exclusivamente neste assunto para eu
apresentar um projeto que seja bem arrojado, junto ao Plano Diretor. Então,
senhores, eu peço que o Ver. João Carlos Nedel, quem sabe, dê uma seguradinha,
mais um tempo para debater, porque eu também tenho este projeto. Fizemos este
trabalho em conjunto com o Ver. Reginaldo Pujol, que foi um incentivador e que
me ajudou quando eu propus fazer este voo para conhecer onde já tem alguns
helipontos. Faço um pedido ao querido Ver. João Carlos Nedel para que dê uma
segurada para somar junto neste projeto, porque eu já estou trabalhando nele há
mais de um ano. Tem este estudo, Ver. Nedel, eu estou fazendo. Não quer dizer
que o senhor não tenha o direito de apresentar, Vereador tem que apresentar,
mas, quem sabe, podemos fazer um trabalho junto, porque eu tenho uma arquiteta
que está trabalhando exclusivamente sobre isto, buscando todos os recursos para
ver onde podem ser feitos os helipontos públicos e particulares, que podem
mudar o panorama da cidade de Porto Alegre. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, está em Pauta um projeto
de minha autoria, feito através de um processo coletivo de acolhimento e de
interlocução com a Associação dos Amigos, Parentes e Portadores de Ataxias
Dominantes - AAPPAD, uma associação que se organizou a partir do diagnóstico da
percepção da invisibilidade desta doença e do não reconhecimento, inclusive no
SUS, do não diagnóstico, da pouca pesquisa, da pouca antecipação aos problemas.
É uma entidade valorosa, que vem se envolvendo há mais de três anos na luta
para que as doenças raras tenham diagnóstico, tratamento, acompanhamento e a
atenção que merecem, apesar de serem raras; raras, porque a incidência é
pequena, não é epidemia, é um percentual baixo. No entanto, são doenças que, se
entendidas, se pesquisadas, se antecipado o seu diagnóstico, podem ser
minimizadas as suas consequências para a sociedade, para a medicina, para os
parentes, para os cuidadores, para os jovens adultos e crianças que são
acometidos por essas doenças. A AAPPAD, portanto, que já tem mais de três anos,
solicita declaração de utilidade pública.
Eu estou propondo, Ver. Pujol, ao conjunto dos
Líderes, por autorização do Ver. Comassetto, que possamos realizar uma reunião
conjunta das Comissões na segunda-feira para projetos como este. Cada Vereador
poderia verificar projetos não polêmicos, para darmos uma acelerada e, na
próxima quarta ou numa Sessão Extraordinária, antes do recesso, votarmos alguns
projetos no final do semestre. Quero pedir em favor deste projeto, que seja
declarado de utilidade pública, Ver. Engº Comassetto.
Aproveitando este tema, que é um tema relacionado à
saúde, de fato, ontem estivemos num seminário muito importante sobre o programa
Mais Médicos. O que dizia sobre a Copa, Ver. Brasinha, não anulando a
controvérsia da forma de implantação das obras, é que mantenho a minha posição
sobre a necessidade de maior diálogo, de mediação com a cidadania, Ver. Pujol.
Esta sempre foi a minha crítica em relação às obras da Copa. Tenho dúvida se
era necessário retirar as árvores aqui da frente. Seguimos lutando para que o
Cais do Porto faça o rebaixamento, que é a contrapartida possível e que melhoraria todo o trânsito da Cidade, mas nós dizíamos lá, Ver.
Pujol, que assim como não se acreditava que o Brasil conseguiria fazer a Copa,
não se acreditava que nós poderíamos começar a mudar o paradigma da saúde. O
programa Mais Médicos é um programa para além de colocar médicos, são R$ 20
bilhões na saúde básica, comparado aos R$ 9 bilhões que nós praticávamos antes,
Ver.ª Jussara. São 26 mil postos de saúde no País que estão sendo ou serão
reformados, isso sem falar na mudança na formação da nossa juventude, através
de vagas: até 2026 nós sairemos de 374 mil jovens médicos que se formam no
Brasil para 600 mil médicos formados no Brasil. Poderíamos falar mais e o farei
no Grande Expediente, quando tiver oportunidade, mas nós estamos superando
nosso “complexo de vira-latas”. O Brasil pode, sim, mudar a sua vida, pode
receber o mundo inteiro, tem capacidade técnica, política, estética,
competência e está mudando uma área tão complexa como a da Saúde.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) V. Exa. pinçou esses assuntos na Pauta com
muita sensibilidade porque eu também não consegui encontrar esses assuntos na
Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Não, é o primeiro
projeto em Pauta, Ver. Pujol.
O Sr. Reginaldo Pujol: De qualquer maneira,
Ver.ª Sofia, V. Exa. distribui em três ou quatro assuntos, para fazer um
esforço no sentido de se votar o maior número de processos no semestre. Pode
contar conosco, por óbvio. Segundo: as suas observações hoje ao seu novo olhar
com relação ao esforço da Copa, num momento em que o mundo proclama a
excelência do trabalho feito aqui em Porto Alegre, chega a me abismar. A sua
incoerência é absoluta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.
Pujol. Agradeço a observação e concluo dizendo que não considero incoerência.
Se vocês recuperarem todas as minhas intervenções e manifestações, junto aos
movimentos sociais, verão que a minha crítica era forma de implantação das
obras da Copa na Cidade. Então um bom trabalho para nós. Sr. Presidente, propus
aqui fazer uma Reunião Conjunta para encaminharmos alguns projetos ainda nesse
semestre.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Paulo Brum, vejo alguns projetos de V.
Exa., como sempre feitos com a alma, com o coração e com amor. Assistindo ontem
aos jornais e debates esportivos, vi aquele cidadão que levantou de uma cadeira
de rodas e atravessou o campo de futebol... Um jovem entrou no estádio numa
cadeira de rodas, ficou sentado no lugar destinado aos portadores de
necessidades especiais, e, na metade de jogo, levantou, pulou para dentro do
campo e atravessou o campo. Acho que quem puder pegar esse sem vergonha, esse
que não é cidadão, não é humano - isso é um deboche com todas as pessoas que
estão lá por necessidade especial -, um vagabundo que usa essa condição para entrar
no campo de futebol, deve que dar um castigo exemplar. Eu não sei qual é o
castigo. Acho que Deus saberá o que fazer com um tipo desses, mas nós humanos
também: a justiça; sei lá o quê, o repúdio dos seus vizinhos... Ele fez a coisa
mais nojenta que se pode fazer: usar uma condição física ou uma necessidade que
ele não tinha para entrar no campo e fazer aquele deboche: atravessar o campo
correndo. Que bom que há pessoas como V. Exa. que se preocupam em fazer com que
aqueles que realmente necessitam tenham essa oportunidade de convivência. São
pessoas normais, a gente sabe disso, mas precisam apenas de alguma facilidade
de locomoção, facilidade de estar em certos locais. Fica o protesto que queria
fazer desta tribuna a esse cidadão. Não quis nem guardar o nome dele, mas isso
merece o repúdio de todos os brasileiros.
Estou feliz também
com a inauguração do hospital da Restinga, como falou-se aqui na Saúde,
Vereadores Cassio e Villela. Eu lembro que, quando não havia o terreno para se
construir, o Prefeito Fogaça me chamou no seu gabinete, no Paço Municipal, e
perguntou se não teríamos um terreno do Distrito Industrial da Restinga?
Respondi: temos. O Prefeito Fogaça chegou à conclusão que se temos que instalar
fábricas para dar emprego, nós também temos a obrigação de instalar um hospital
para dar saúde. Tenho certeza de que foi uma decisão correta na época: fazermos
com que uma parte do distrito industrial fosse doado para a construção do
hospital da Restinga – hoje em dia temos muitos padrinhos! Que bom que se tenha
muitos padrinhos! Quando se trata de hospital, de cuidar da saúde, de cuidar de
quem mais precisa, que apareçam os padrinhos, tantos quantos puderem ajudar. Só
assim conseguiremos cuidar das pessoas que mais precisam.
Eu estava escutando a
Ver.ª Sofia falando da Copa do Mundo; acho que realmente foi um sucesso, mas
lembro que, quando furaram o balão do Fuleco, ali no Centro, foi aplaudido
também pela Ver.ª Sofia aquele episódio. Ou estava presente, não sei o que
aconteceu? O Fuleco foi demolido! Contra a Copa, acho que foi contra a Copa.
Nós fizemos uma bela
Copa, sim, senhores – o Governo Federal, o Governo Estadual, o Municipal –,
apesar de quem era contra. E nós começamos a respeitar, até porque no
finalzinho começaram a diminuir as pessoas que eram contra, porque foi um
sucesso e ninguém vai nadar contra a maré. Era isso, Presidente. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, venho aqui em nome do Partido dos Trabalhadores e
dos Vereadores Sofia Cavedon, Alberto Kopittke, Marcelo Sgarbossa e Mauro
Pinheiro trazer a análise e reflexão de um tema de extrema importância para o
Brasil. Neste ano estamos completando 74 anos da implantação do salário mínimo
no País, que iniciou na década de 1930, pela Lei nº 185, de 1936, e depois
instituído pelo Decreto Lei nº 399, de abril de 1938, que implantou o salário
mínimo, pelo então Presidente Getúlio Vargas. Neste período histórico da
implantação do salário mínimo, nós sempre ouvimos as mesmas reações. Se nós
pegarmos as notícias dos jornais do Brasil, de quando foi implantado o salário
mínimo, todos diziam que o Brasil e a economia iriam sucumbir, porque não era
possível pagar salários, principalmente salários que proporcionassem que a
justiça social fosse realizada. Nesse período histórico, o salário mínimo se
firmou e se afirmou no Brasil como uma conquista. No período da década de 1960
- aqui quero fazer uma homenagem e, ao mesmo tempo, relembrar a história,
prezado Ver. Christopher Goulart - o
seu avô, João Goulart, foi também defensor, não só do salário mínimo como das
políticas de reforma, na época, para que o Brasil continuasse avançando. No
período dessas afirmações políticas, houve um retrocesso com o golpe militar,
que tirou direitos, cassou, matou e fez com que, na política brasileira,
houvesse um retrocesso. Neste momento em que temos 74 anos da história do
salário mínimo no Brasil, eu quero aqui fazer outra referência, principalmente
para aqueles desta Casa que defendem os trabalhadores, os sindicatos e o
sindicalismo: em 2002, quando o Governo Fernando Henrique Cardoso entregou o
Governo ao Presidente Lula, o salário mínimo valia 72 dólares. No período do
Presidente Lula, ele saltou de 72 para 296 dólares. Agora, no final do primeiro
Governo da Presidente Dilma, o salário mínimo está em 334 dólares e vem
avançando significativamente. Nós continuamos ouvindo as vozes daqueles que
dizem que dar aumento aos trabalhadores significa subordinar a um
retrocesso na economia, daqueles que não defendem a tese de que a renda tem que
ser produzida e distribuída, que quanto maior for o ganho do trabalhador,
quanto maior for o ganho da classe operária e da classe média, maior será o
consumo neste País, maior será o acesso à saúde, à educação e à qualidade de
vida. Isso gera, na sociedade brasileira, uma sinergia. O País todo ganha.
Portanto, eu quero aqui fazer uma reflexão, sim, já que este é um ano de debate
político e de projetos para o Brasil. O PSDB deixou, com seus aliados, em 2002,
o salário mínimo valendo 72 dólares e, neste momento, com a Presidenta Dilma, o
salário mínimo vale 335 dólares. Isto é ou não é ganho na economia brasileira?
Para concluir, eu quero convidar todos para
sexta-feira, na Restinga, junto com a Presidente Dilma, termos o ato oficial da
inauguração do Hospital da Restinga, uma conquista de toda a Cidade, uma
conquista da comunidade da Restinga e Extremo-Sul e também desta Casa. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
público que nos acompanha, eu queria trazer a esta tribuna dois debates
fundamentais: o primeiro é a antecipação do debate da tarde sobre as estações
de radiobase, pois, infelizmente, apesar da complexidade do tema, está priorizado
na Ordem do Dia de hoje. Houve uma audiência Pública nesta Casa em que vários
elementos foram trazidos pela população e pelos ambientalistas, sobretudo em
relação à emissão das ondas eletromagnéticas e da permissividade do projeto:
coloca que as torres terão acima de 20 metros. Para que todos tenham uma ideia,
um poste, caracterizado por uma estrutura de 19,5 metros, pelo projeto, é do
tamanho de um prédio de cinco andares! Imaginem o risco à população com a
liberação dessas estruturas, sem a restrição prevista na Lei, dos 500 metros
entre uma antena e outra, sem o controle nos locais críticos, que são as
creches e os hospitais e mesmo os estudos da Organização Mundial de Saúde tendo
colocado essas ondas como, possivelmente, cancerígenas, ou seja, algo que
coloca em risco a saúde da população.
Mais uma vez temos o lobby das empresas de telefonia para alterarem a legislação e
maximizarem os seus lucros, diante de uma verdadeira farra que essas empresas
fazem no Brasil. Nos países de origem das grandes operadoras, nos países
centrais do capitalismo, são usadas fibras óticas, que são muito mais seguras e
possuem uma velocidade muito maior; esses países importam essa tecnologia
defasada dos países do Terceiro Mundo, que coloca em risco a nossa população.
O Brasil viveu um processo em que privatizou, a
preço de banana, setores estratégicos que tiveram o seu sucateamento por parte
do Estado para fazer com que se vendessem, dessa forma, a telefonia, a Vale do
Rio Doce, a própria energia elétrica nos Estados, inclusive utilizando os
fundos de pensão dos trabalhadores e tendo grandes grupos capitalistas como os
beneficiários dessa política de desmonte do Estado brasileiro.
Essa política de desmonte do Estado brasileiro
segue nas agências de regulação que, na verdade, foram capturadas pelos
interesses econômicos, que colocam índices extremamente permissivos e que, ao
mesmo tempo, não fiscalizam e não garantem que essas operadoras paguem as
dívidas que têm com o Brasil. Isso foi trazido pelo sindicato dos trabalhadores
durante a CPI da Telefonia - as dívidas das grandes operadoras com o Brasil,
comprometimento que não foi realizado. Por outro lado, temos uma lei
absolutamente permissiva, que permite que se venda uma velocidade “x” e que as
operadoras ofereçam uma velocidade “y”, menor do que a que foi comprada pela
população, que faz com que as campeãs de denúncias no Procon sejam as empresas
de telefonia, pelas cobranças indevidas. E não têm multas para obrigá-las –
multas altas – a parar de enganar a população. Quando precisa suspender o
serviço, é uma hora esperando no telefone; quando precisa brigar tem que ir ao
Procon, tem que entrar na Justiça para garantir que volte, que retroceda a
cobrança ilegal, posta nas contas de telefone - isso que só 20% da população,
em geral, reclama; 80% paga, sem saber dos seus direitos. Isso é uma vergonha
sem tamanho!
E eu queria concluir dizendo para o Ver. Engº
Comassetto ler o estudo do Márcio Pochmann, um estudioso, um acadêmico,
inclusive do PT, que saiu do IPEA para concorrer. Esse estudo mostra que, na
verdade, os empregos com mais de cinco salários mínimos diminuíram ao longo dos
anos.
Nós vemos o arrocho, por um lado, da classe média,
através desses tributos extremamente abusivos aos trabalhadores, que
proporcionalmente mais pagam impostos no nosso Brasil; vemos a farra dos ricos,
que continuam sem ter regulamentado o imposto sobre as grandes fortunas para,
de fato, desonerar os trabalhadores e a classe média; vemos o encolhimento dos
salários médios no nosso Brasil e o aumento dos salários precários.
Por outro lado, vemos o que é fundamental para
desenvolver a economia e permitir aos trabalhadores terem mais direitos,
permitir investir em saúde, educação: a auditoria da dívida pública. O Equador,
que é um país bem menor que o Brasil, fez a auditoria pública e reduziu em 70%
a dívida pública; o Governo do PT não fez.
Infelizmente, a dívida pública drena os recursos
públicos da população para o bolso dos grandes banqueiros, grandes empresários
da elite econômica, que estão lucrando com 50% do orçamento do nosso Brasil.
Por isso estamos sempre defendendo a auditoria da dívida pública, a suspensão
do seu pagamento, o investimento nas áreas sociais, o imposto das grandes
fortunas, que foi um Projeto da então Deputada Luciana Genro, que será nossa
porta-voz em 2014, e que é fundamental para que, de fato, se combata o
privilégio dos ricos e se possa investir nas áreas sociais importantes à
população. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
os pronunciamentos que aqui ocorrem em Comunicação de Líder não podem, de
maneira nenhuma, deixar de realçar uma circunstância muito especial. No dia de
ontem, comemorou-se os 20 anos do Plano Real. Tudo o que foi dito aqui - como
crescimento do salário mínimo, qualquer coisa do gênero -, não pode ser tomado
de maneira absoluta e não seria objeto de comentário, se não fosse o Real, que
estancou a hiperinflação neste País. A hiperinflação, em média, nos últimos
tempos, era de 40% ao mês, e, pelas medidas introduzidas pelo Plano Real, foi
contida em dois dígitos. Hoje, o Brasil inteiro está assustado com a
possibilidade que nós tenhamos uma inflação reconhecida na ordem de 7% ao ano.
Então todo discurso que se assenta nesse particular, essas colocações fáceis de
serem ditas: olha, entregaram o Brasil na telefonia... Eu tenho que respeitar a
juventude da Ver.ª Fernanda Melchionna, que não sabe que, antes do Plano Real,
antes da política que permitiu a privatização - e sabe muito bem disso, por
exemplo, o Ver. Bernardino Vendruscolo -, a gente declarava, no imposto de
renda, a posse de um número de telefone; que para que se conseguisse a
instalação de um telefone fixo na casa, nós tínhamos que apelar, inclusive,
para jogos políticos, nada republicanos, para conseguir apoio para, assim,
conseguir esse telefone.
O Plano Real mudou a história deste País. A
hiperinflação, no País, aumentava a cada dia. Nos últimos meses antes da
instalação do Plano Real, do término do Governo Sarney, a inflação chegou a
60%. O salário recebido pelo trabalhador se corroia em 24, 48 horas. Quem
recebia R$ 100,00 no fim do mês, até o final daquele mês, quando terminasse de
completar aquele mês, esses R$ 100,00 só valiam R$ 40,00 ou R$ 50,00. Essa era
a realidade. Em cinco minutos, aqui, eu não vou ter a pretensão de discutir economia com quem quer que seja. Mas não me venha de borzeguim ao
leito, com esse discurso de que a Presidente Dilma melhorou o padrão de vida
dos brasileiros: matou a classe média do Brasil e inventou uma nova classe
média! Hoje quem ganha R$ 2 mil por mês aqui é considerado classe média! Dois
mil reais por mês, três salários mínimos, isso é classe média. No meu tempo,
Ver. Krieger, três salários mínimos era a cota para pegar casa popular, porque
nós considerávamos três salários mínimos baixíssima renda, classe C. E essa
história de que os números, fartamente colocados na imprensa, através de
matéria paga, que se gastou na Copa mais dinheiro com matéria paga nos jornais
e nas redes de rádio e televisão do que propriamente na Copa; mais dinheiro do
que se gasta com programas sociais foi gasto com a imprensa. Essa distorção não
passa despercebida pela população brasileira, que, gradativamente, está se
entrosando nessa realidade. As pesquisas estão aí a identificar. Os anos
dourados, os anos cor-de-rosa, o Brasil todo diferente, cheio de amor febril,
que nos traziam das tribunas e dos comícios, desapareceu, não existe mais. O
povo já está reconhecendo isso. Não vou ficar no discurso fácil de achar que o
Brasil está uma maravilha porque não está! E dizer que hoje ganham tantos
dólares, ganhavam tantos dólares... Mas o dólar desapareceu, se evaporou no
mundo, teve uma crise muito grande! Hoje os Estados Unidos, toda hora,
desvalorizam o dólar para conseguir vender mais para nós, vender mais para o
mundo.
Por isso, Sr.
Presidente, eu acho que é bom que se ressalte que, no dia 1º de julho de 20 anos
atrás, um ministro da Fazenda bancou um projeto ousado neste País. Esse projeto
deu certo. Sem ele, o País não seria hoje o que é: a gente festeja um bom
resultado da Copa, um reconhecimento internacional, que só existe num País que
não tem mais a hiperinflação que tinha até o Plano Real.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 10h35min): Havendo quórum, passamos à
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 038/14 – (Proc. nº 0884/14 – Verª
Sofia Cavedon) – requer Moção de Solidariedade com as professoras,
médicas e nutricionistas que estão lutando pelo fim da parceria firmada entre a
Secretaria Municipal de Educação (Smed) e a Coca-Cola para a realização do
“Tour da Taça” nas escolas públicas do Município.
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, o Requerimento nº 038/14. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) REJEITADO por
08 votos SIM, 12 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0288/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/14, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que
dispõe sobre a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em arenas e estádios
esportivos. Com Emenda nº 01.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
em 02-06-14 por força do art. 81 da LOM;
- discutiram a matéria os
Vereadores Alceu Brasinha e Valter Nagelstein em 11/06/14.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o
PLL nº 018/14. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL
nº 018/14.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, esse tema é muito
apropriado para um debate interessante, que eu acho que devíamos fazer. Se
vocês observaram as torcidas nesta Copa do Mundo, impressionante é a presença,
a convivência de torcidas opostas, em espaços não separados, não gradeados, não
interrompidos por barreiras para impedir violência. Não sei se o Ver. Brasinha
se deu conta da maravilha, da convivência e da celebração dos jogos entre as
torcidas, sem necessidade de impedir o contato físico, porque a violência,
porque se vai às vias de fato pela disputa do gol, da vitória.
Aqui no Brasil e em muitos países, em muitas
situações, não vamos dizer que é nossa peculiaridade, porque nós não somos piores
ou melhores do que nenhum país do mundo. Eu espero que permaneça essa cultura
da Copa, que colorados e gremistas consigam participar de um jogo sem se matar,
sem se xingar, sem violência, sem intransigência, sem intolerância, que a gente
assiste e lamenta nos estádios.
Bom, isso está relacionado, sim ou não, com a
bebida? Eu não sei dizer para vocês. Acho que nós temos que construir a cultura
de as multidões estarem juntas e em paz. Esse é um processo de vivência, é um
processo de experimentação e de indução. Não me parece que beber “às farras”
nos estádios pode ajudar nessa convivência pacífica. Primeiro, que beber em quantidade não é bom para ninguém. Segundo, a bebida, de fato,
altera a disposição das pessoas, retira os freios inibitórios; portanto, estimula
a irresponsabilidade na posição em relação aos outros. É óbvio que eu não
desconheço que muitos bebem antes do jogo, uma vez que não podem beber lá
dentro. Essa mudança é uma mudança que depende do indivíduo, da liberdade de
cada pessoa, de cada ser humano. Nós queremos construir, cada vez mais, o
“estarmos juntos sem violência”, tanto que as mobilizações, os movimentos
sociais que esconderam ou naturalizaram atos de violência foram isolados, não é
Ver.ª Fernanda? Nós sempre estivemos juntos nos movimentos sociais, quando eram
manifestações pacíficas, massivas, alegres, contestatórias, porque vivemos num
regime de liberdade, de democracia, que queremos aprimorar, que temos que
aprimorar. Precisamos buscar mais coerência e menos corrupção, mais identidade
partidária. No entanto, temos democracia: podemos votar, podemos participar.
Agora, teremos um sistema nacional de participação. Nada justifica a violência,
o que dirá em jogos de futebol. Só que esse é um aprendizado que o País está
vivendo.
Então, a inexistência
da bebida de álcool dentro dos estádios é um processo de transição, educativo e
importante, que eu acho que devemos manter, por enquanto, no Brasil. Quando as
torcidas – eu sonho com este dia –, do Grêmio e o Inter sentarem no mesmo
estádio e não precisarem de separação física, como assistimos nos jogos da
Copa, pode ser que aí possamos liberar as bebidas alcoólicas nos estádios. Ver.
Brasinha, acho que essa sua medida está um pouco à frente ainda do momento em
que vivemos. Nós ainda precisamos apostar no estar junto sem a alteração que o
álcool traz na postura das pessoas, para evitar violência, para conseguir
ambientes tranquilos, para que jovens e crianças, famílias inteiras possam
vibrar e viver a alegria do futebol. Isso é o que nós miramos, por isso, acho
que essa medida não é bem-vinda neste momento. Para transição, para construção
de uma cultura de paz, por enquanto, afastemos a bebida alcoólica à vontade nos
estádios.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para discutir o PLL nº 018/14, por cedência de
tempo do Ver. Paulo Brum.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, eu quero discordar plenamente do que a Ver.ª
Sofia falou – a “professorona”. Não concordo, porque ela não anda nos estádios.
Primeiro, realmente a Copa do Mundo foi um sucesso, mas ela sabe que foram
vendidos todos os tipos de bebidas lá dentro do Estádio Beira-Rio. Todos,
nenhum foi proibido, podia uísque, champanhe, vinho, cerveja, chope, tudo. E a
Ver.ª Sofia vem querer dizer que o brasileiro, principalmente o gaúcho, o
torcedor aqui de Porto Alegre, não sabe beber. É isso que a senhora está
dizendo? A senhora está tendo preconceito contra um torcedor que frequenta estádio
de futebol, Vereadora. O torcedor, o sócio, o conselheiro do Grêmio, do
Internacional, ou lá do Zequinha, ou do Cruzeirinho, são pessoas que gostam de
esporte. Qual é a diferença do nosso futebol para o da Copa do Mundo? Por acaso
foram só argentinos que estiveram aqui no estádio? Pelo que eu saiba, vários
torcedores colorados, vários gremistas frequentaram as partidas de futebol.
Quero convidar a senhora, Vereadora, para participar de um jogo. Vá a um jogo
para a senhora ver o antes e o depois. Se a senhora lembra, há oito, dez, 20
anos, de duas a três horas antes, já estava cheio o estádio, com todo mundo
sentado. Porque, se tem que proibir, não pode vender ao redor, Ver. Reginaldo
Pujol! Ao redor se vende de tudo. E mais ainda, o cidadão toma mais, fica
tomando até os últimos cinco minutos antes de começar o jogo, e depois quer
entrar. Aí o cidadão quer ingressar dentro do estádio, vai até a roleta, até a
portaria, com dois copos na mão e outro, segurado com a boca. Isso não é
mentira minha, é só vocês assistirem ali no Internacional e no Grêmio. E, mais
ainda, o meu projeto tem regras: não pode vender em garrafas, somente em copos
plásticos, antes, no intervalo e no final do espetáculo, Vereadora!
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Não pode uísque. Uísque é somente em camarote, Vereadora. A senhora tem
que ler o projeto.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Se a senhora quer tomar uísque, pode tomar, Vereadora, mas não vai tomar
nas cadeiras! E mais, não vai ter garçom ambulante atendendo lá nas cadeiras,
nas arquibancadas. Tem que ir lá na copa para tomar. E com essa qualidade que o
estádio oferece, não é justo uma Copa do Mundo vir para cá e, agora,
simplesmente, dizerem que o torcedor, o sócio não sabe se comportar dentro de
um estádio de futebol! Vereador Cecchim, o senhor, que foi Secretário da SMIC,
tem uma ideia muito boa e concorda comigo. Lá em Salvador já está liberado no
estádio todo! E aqui no Município, aqui no Estado tem a lei do Deputado Miki Breier, que fala que não pode
enquanto está acontecendo o espetáculo. Simplesmente a minha lei, que é do
Município, também diz que não pode ser vendido quando está acontecendo o
espetáculo.
A Sra. Any Ortiz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu venho, através de aparte, colocar o que ocorreu, o que eu pude
presenciar num jogo da Copa do Mundo em que estava liberada a bebida alcoólica:
uma briga entre duas pessoas que já estavam num nível elevado de embriaguez.
Então, o que acontece não é a questão da bebida antes ou depois. Eu concordo
quando o senhor fala que as pessoas ficam na rua bebendo até o último segundo
para poder entrar no estádio. Só que, com a bebida liberada dentro dos
estádios, aquela pessoa que estava bebendo lá fora vai continuar bebendo lá
dentro e ela não consegue ter um limite, infelizmente, do que pode beber. E aí
podem acontecer as brigas que a gente vê. A gente já viu inúmeras vezes
acontecer nos nossos estádios por todo o Brasil. Eu infelizmente presenciei
agora num jogo da Copa do Mundo. Então não é porque é jogo da Copa que poderia
ter. Na minha opinião, não poderia ter nem nos jogos da FIFA. Obrigada,
Vereador.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Vereadora. Mas eu volto a dizer que esse projeto realmente
não vai mudar nada, ele simplesmente vai normatizar o que já existe. Tem
pessoas que levam bebida escondida para dentro do estádio. Outros ingressam por
elevador ou por onde quer que seja. Pela pesquisa que eu tenho, de uma grande
universidade, o índice de brigas aumentou depois que parou com a bebida, porque
os caras chegam totalmente embriagados. Eu sei, frequento futebol diariamente.
Ando nos estádios e o que acontece é só estando lá para presenciar o que
acontece.
Então, senhores, quero contar com o apoio de vocês,
porque é importante este projeto para a Cidade, para regulamentar o que já
existe. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLL nº 018/14.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, depois que o Ver.
Brasinha apresentou este projeto aqui na Câmara, eu estudei e fui ver in loco o que estava acontecendo ao
redor e dentro da Arena do Grêmio. Um dia, eu cheguei uma hora e meia antes do
jogo e fui dar uma olhada nos bares ao redor da Arena. Ver. Villela, as pessoas
bebiam tanto naqueles bares, inclusive já estavam meio bêbados, se emborracham
antes de entrar no campo. Então, se eu não tivesse nenhum argumento, se não
tivesse a Copa do Mundo, se não tivesse nada, dava para ver que o que estamos
vivendo em Porto Alegre é uma hipocrisia. Proíbe da parede para lá e, da parede
para cá, pode tudo. As pessoas já chegam lá dentro do campo bêbadas, brigando.
As provocações começam antes de entrar no estádio.
Não gosto de usar nada de exemplo da Copa do Mundo,
mas, olha, durante os jogos da Copa, em todos os estádios, se permitiu que
bebessem. Beberam muito. Os argentinos, os alemães, os holandeses, todos
beberam. E muitos brasileiros estavam no estádio; sempre metade do estádio era
de brasileiros, ou mais. E não se tem notícia de brigas, com exceção de dois
idiotas que brigaram aqui no Beira-Rio, por motivos fúteis – e não estavam
bêbados.
Se não brigam num jogo da Copa, por que brigam nos
outros jogos? Se bebe lá e não bebe aqui... Ou se proíbe a bebida, e ninguém
bebe; ou se libera. Não durante o jogo... O Brasinha disse, na arquibancada não
pode, não facilita a bebida, mas, se ele quiser, ele que vá lá, igual ao fumante,
quer fumar, vai lá fora, quer beber, vai lá no bar. Eu acho que tem que fazer
isso mesmo para acabar com a hipocrisia. Eu voto favoravelmente, Ver. Brasinha,
pela hipocrisia que existe, porque,
lá fora, todo mundo bebe demais, exageradamente. Já chegam, dentro do estádio,
bêbados. Então, para que se evite, vamos fazer uma média, que fiquem bêbados,
pelo menos até o intervalo, e o jogo transcorre bem. Parece uma brincadeira,
mas essa é a hipocrisia que existe até hoje.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para discutir
o PLL nº 018/14.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, demais pessoas que nos assistem, muito
bom estar de volta, começar a trabalhar de novo. Sobre o projeto em questão, da
liberação de venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, isso me
reporta a anos passados, quando eu fui funcionária desta Casa, e meu pai era
Vereador e apresentou um projeto proibindo, no Município, comercializar ou
servir bebidas alcoólicas em bares e similares localizados no interior dos
estádios de futebol, em ginásios e praças desportivas, em dias e horários
determinados. Esse projeto foi apresentado, mas não foi adiante. Logo depois,
eu assumi a Câmara como Vereadora, entrei com um projeto. Fui procurada pelo
Comandante da Brigada Militar, explicando a necessidade de que o projeto do meu
pai fosse adiante, proibindo a venda de bebidas alcoólicas e mais, aos
arredores. Eu fui orientada pelo Comando da Brigada, pelas Forças da Segurança,
entrei com um projeto proibindo a comercialização de bebidas alcoólicas em
bares e similares, no comércio ambulante informal, localizados no interior e
num raio de 500 metros de estádios de futebol, ginásios. Na esteira disso, em
2008, uma lei estadual proíbe a comercialização e o consumo de bebidas
alcoólicas nos estádios de futebol e nos ginásios de esporte do Estado do Rio
Grande do Sul. Não bastando isso, temos também uma lei federal que proíbe a
comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios.
Eu não consigo entender – e falo isso com toda a
tranquilidade, porque sou uma estudiosa da área da Segurança – qual é o ganho
que nós teremos, qual é a forma produtiva, o que nós vamos trazer de positivo
liberando a venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol. Já está mais do
que provado por especialistas dessa área que a bebida alcoólica produz, sim,
efeitos que promovem tumulto, agressão quando as pessoas estão em grande grupo.
Além disso, entra em conflito com as leis estadual e federal, tornando-as
ineficazes.
Neste momento, nós estamos assistindo movimentos
agressivos nesse tipo de evento. Então, eu fico cá com meus botões pensando: o
Ministério Público já provou, já declarou que no momento em que tiraram o
álcool dos estádios se reduziu em 75% a violência nos estádios. E vou além:
aqui eu tenho uma matéria do Jairo Bouer, da Veja, que diz que aproveitando uma
brecha da Lei Geral da Copa, que autoriza em caráter excepcional a venda de
bebidas durante os jogos da Copa, as pessoas querem então que se libere entrar
com projetos de lei. Respeito o Ver. Brasinha, ele sabe disso, eu já me
manifestei, mas eu não concordo. Sinceramente, acho um retrocesso nós pensarmos
em discutir essa matéria, quando já está mais do que provado que a retirada das
bebidas alcoólicas, a proibição da bebida alcoólica nos estádios de futebol
reduziu em 75% a violência. Ora, eu só posso considerar que existem aí
interesses comerciais acima do bem comum.
Então, em meu nome, em nome do meu pai, que foi
Vereador desta Casa, que trabalhou pelo bem comum desta Cidade, pela segurança
- fui procurada pelas forças da Segurança pública -, me manifesto completamente
contra qualquer tentativa de liberação de bebida alcoólica nos estádios de
futebol. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLL nº 018/14.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste, com todo respeito ao Ver. Brasinha, sei que ele procura fazer um
projeto com a maior boa vontade, mas eu concordo com a Ver.ª Mônica Leal. Na
minha opinião, seria um retrocesso voltarmos a ter bebida alcoólica dentro dos
estádios de futebol. Eu procurei, tecnicamente, contato com o Comando da
Brigada Militar, Ver.ª Mônica. Informaram qual a visão da Brigada Militar, que
é a responsável pela Segurança pública, pela segurança dentro dos estádios, no
entorno dos estádios; colocaram que houve uma redução nos casos de violência
dentro dos estádios após a proibição da venda das bebidas, e que eles não
gostariam que retornasse a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, devido à
violência gerada quando as pessoas começam a beber, pois elas começam a beber e
vão se transformando, causando grandes transtornos àquelas pessoas que foram lá
com suas famílias para assistir àquele espetáculo de futebol. Eu ainda
questionei o Comando da Brigada sobre as bebidas vendidas no entorno dos
estádios. Ele disse que seria melhor que também não houvesse, mas é diferente
quando a pessoa bebe antes da partida, porque alguns, quando já se pode
verificar claramente o estado de embriaguez, são bloqueados e nem entram no
estádio; e os que entram, que passam e conseguem driblar a segurança, embora tenham
bebido antes da partida de futebol, já estão em outro estágio da euforia da
bebida, já beberam antes, acabam se sentando e ou começam a beber refrigerante,
água e acabam se recuperando, ou estão num estado em que já passou aquele
momento de euforia e não prejudicam o espetáculo. Então, com a consulta que fiz
à Brigada Militar – e eu não sou daqueles que acham que devemos ficar proibindo
as coisas; devemos, sim, procurar a educação, a discussão, Ver. Alceu Brasinha
–, resolvi votar contra o seu projeto para que continuemos tendo melhores
condições nos estádios de futebol, para levar esposa, filhos e poder apreciar o
espetáculo.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro
Pinheiro, primeiramente, quero aproveitar o aparte para dizer à Ver.ª Mônica
Leal que eu não fui procurado comercialmente por ninguém. Não sou o dono da
verdade. E mais, realmente não fui procurado. Ela citou que eu poderia ter sido
procurado comercialmente. Eu sou um frequentador de futebol. Eu discordo de V.
Exa., porque tem pesquisa de uma grande universidade, junto com o estatuto do
torcedor, que não aumentou, diminuiu a violência dentro do estádio. Aumentou,
sim, quando os caras bebem até encher a cara e depois querem ingressar no
estádio.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Eu tenho certeza, Ver. Alceu Brasinha, que V. Exa. faz o projeto com a
maior boa vontade possível e que a Ver.ª Mônica não quis dizer isso.
A Sra. Mônica
Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Aproveitando a oportunidade, Ver. Mauro Pinheiro, já conhecedora
da dificuldade de interpretar aquilo que eu falo na tribuna, não é a primeira
vez que isso me acontece em relação ao Ver. Alceu Brasinha. Eu anotei o que eu
falei e gostaria, inclusive, de verificar as notas taquigráficas, pois eu não
disse que ele foi procurado. Eu apenas disse que eu não posso aceitar que
interesses comerciais sobreponham interesse do bem comum na cidade de Porto
Alegre visando à segurança preventiva. Eu, depois, vou verificar as notas para
esclarecer este equívoco do Ver. Alceu Brasinha.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Com certeza, Ver.ª Mônica Leal, acho que foi um mal entendimento por
parte do Ver. Alceu Brasinha, mas nós não podemos retroceder e voltar às
barbáries, nós temos, sim, que avançar para que o estádio de futebol seja um
local de alegria onde as famílias possam curtir aquele espetáculo. Então, na
minha opinião seria um retrocesso, porque, infelizmente, algumas pessoas não
estão preparadas, não possuem o controle da bebida e acabam perdendo o
controle, constrangendo e criando problema para as demais pessoas. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 018/14.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
eu já saudei, no meu relatório da Comissão de Constituição e Justiça, a matéria
como sendo uma medida inteligente, proposta pelo Ver. Brasinha, na medida em
que busca introduzir, no ordenamento jurídico municipal, a necessária norma
para a comercialização de bebidas alcoólicas nos eventos esportivos,
solucionando impasses e gerando esclarecimentos.
Eu acho que não podemos tratar esta matéria com
radicalismo, e o Ver. Brasinha não trata com radicalismo esta matéria. E quero
salientar que raros são os Vereadores desta Casa que podem ter melhor
conhecimento de causa do que o Ver. Brasinha para legislar sobre o assunto.
O Ver. Cecchim, com muita propriedade, falou em
hipocrisia. E eu falo até em certa incoerência, porque, quando se fala que os
que advogam a favor da lei estariam defendendo interesse comercial, pode-se
ensejar uma resposta no mesmo jargão: quem advoga contra a lei defende o
interesse comercial daqueles que vendem clandestinamente todo tipo de bebida em
torno do estádio, sem que haja nenhuma represália. E não é a bebida até 14
graus, proposta pelo Ver. Brasinha; é qualquer tipo de bebida, as piores
possíveis; inclusive, outras substâncias.
De resto, Sr. Presidente, há que se considerar o
seguinte: nós estamos diante de novos conceitos de praças esportivas. Quando se
constrói uma Arena como a do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, se imagina que
alguém possa ir com a família ao meio-dia, almoçar no estádio, no restaurante
do estádio e, após, permanecer no estádio e assistir ao jogo de futebol. O jogo
de futebol passa a ser um elemento a mais dentro do complexo da arena
esportiva, como existe em todo o mundo.
Então, não há como se dizer, como foi falado aqui,
que baixaram os índices de desentendimentos no campo de futebol por causa dessa
lei seca. Acho que não é verdadeiro! As maiores confusões que a Arena conheceu,
conheceu depois do vigor desta lei seca. As pessoas que não beberam dentro do
estádio tinham bebido e fumado substâncias outras que não aquelas que são
permitidas aqui na proposta de Vossa Excelência.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo
Pujol, estou escutando V. Exa., que sei que é um apreciador do futebol e gosta
de chegar antes, de participar, de ver o que acontece dentro do estádio. Fico
feliz pela sua mensagem e quero dizer, com certeza absoluta, que se existe
interesse comercial lá dentro, então alguém defende o interesse dos botecos lá
fora. Só se é isso!
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa., que não deixa de ter razão. E
depois, o seguinte, Ver. Mauro Pinheiro: não é crime ter interesse comercial.
Hábito de comércio é um hábito consolidado na Constituição Brasileira e, na
regra do bom senso da vida ocidental, o que não pode é ter comércio ilegal e
irregular. Como o Ver. Brasinha não defende o comércio ilegal, ele propõe uma
lei e cria uma polêmica neste sentido. Ora, se isso é defender interesse
comercial, o oposto é a mesma coisa... Estamos na regra da concorrência, e não
há interesse comercial injusto, no caso. Quem produz cerveja, vende a cerveja
no supermercado do Mauro, no bar da esquina ou no restaurante do Grêmio.
Concluo dizendo claramente o seguinte: aprovar ou
deixar de aprovar este projeto não é uma questão religiosa, isso aqui não é
guerra santa. Nós não estamos num país fundamentalista onde as pessoas que
apreciam tomar um copo de cerveja não podem fazê-lo. Vamos parar com essa
mania, vamos caminhar para frente e não para trás, vamos dar oportunidade para
as pessoas. Eu vou a futebol há 50 anos e nunca me embriaguei dentro de campo
de futebol. Para mim, a lei não precisa existir. Agora, houve tempo em que o
Grêmio, no antigo Olímpico, tinha um restaurante, onde eu almoçava ou jantava
com a minha família; durante a janta eu tomava uma cerveja e não fazia nenhum
mal isso. Qualquer coisa em contrário é guerra ideológica, ou, pior do que
isso, fundamentalista. Contra o fundamentalismo, Sr. Presidente!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para
discutir o PLL nº 018/14.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Bom dia, Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; boa tarde, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores. Venho aqui para tratar desse projeto de
iniciativa do Ver. Brasinha. Eu sou um frequentador do Estádio Beira-Rio, sou
sócio, colorado, sou conselheiro do Internacional e vou normalmente ao estádio
com a minha família, minha esposa e o meu filho Frederico, que, na
segunda-feira, vai fazer 15 anos. Quero dizer que acompanho o futebol há muito
tempo, Ver. Brasinha, e, efetivamente, mudou o perfil dos frequentadores dos
estádios de futebol - essa é a grande verdade. Mudou a capacidade dos estádios,
isso também para atender a normas de segurança. E esse perfil mudou! Hoje, são
as famílias que vão aos estádios do futebol, os maridos, as esposas com os seus
filhos.
Não vou fazer apologia aqui à defesa da bebida,
porque é livre neste País escolher a opção de poder, socialmente, tomar o seu
aperitivo, escolher “sim” ou “não”. E eu fico me perguntando, com a iniciativa
do Ver. Brasinha, por que, numa boate, que é um lugar de entretenimento em que,
muitas vezes, cabem 5 mil, 6 mil pessoas, pode-se tomar bebida livremente? E lá
tem gremistas, colorados, juventudistas, que se encontram tudo lá e podem olhar
um para a cara do outro e dizerem: “Não gostei que tu me olhaste atravessado!”
Agora, num estádio de futebol, onde hoje se
encontra, Ver. Pujol, a torcida adversária; na verdade, não se encontra: na
Arena, vão 2 mil colorados, no Beira-Rio, vão, no máximo, 2 mil gremistas, com
todo um aparato de segurança, vão direto, saem direto do outro estádio. Então,
esse, para mim, não é argumento. A pessoa que quer beber e causar confusão, que
é irresponsável, o é não só dentro da arena esportiva.
Eu fiz um puxadinho, como diz o Ver. Brasinha, no
seu projeto, combinado com ele, de uma maneira muito humilde, tentando já
melhorar a iniciativa do Vereador, no sentido de que essa permissão vai valer
apenas para os locais que tiverem sistema de monitoramento de segurança. Hoje
as arenas, Ver. Pujol, são verdadeiros big
brothers: filmam até o pensamento, Ver. Cecchim. Então, eu acrescentei,
através da Emenda n.º 01, para quem imagina que isso possa atrapalhar na
segurança, que possamos somar neste projeto a questão de segurança do
monitoramento.
Em relação à Brigada Militar, tenho todo o respeito
pela Brigada Militar, acho que os dados da Brigada Militar são completamente
verdadeiros, Ver.ª Mônica, só que o Comandante da Brigada Militar legitimamente
tem dito que, logo depois da Copa, vai voltar a discussão sobre a Brigada
Militar não fazer mais a segurança nos estádios. Este é um assunto que talvez
tenhamos que tratar.
Hoje, na Copa do Mundo, a segurança é completamente
privada. A Fan Fest reuniu 18, 20, 25 mil pessoas - o tema era futebol -,
reuniu argentinos, brasileiros, outras nacionalidades que têm rivalidades ainda
maiores, e com bebida liberada. Então, quer dizer que vale para a Copa do
Mundo. Tanta gente falou que a Copa do Mundo não era para os outros, era para
nós. Isso trouxe essa realidade.
A Sra. Mônica
Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, V. Exa. é
advogado?
O SR. CASSIO
TROGILDO: A minha formação é de administrador, não sei o que isso leva a crer
neste momento com a minha formação de administrador.
A Sra. Mônica
Leal: Eu achei que V. Exa. fosse, mas, no entanto, a pergunta vale: eu
gostaria de saber como fica a lei estadual e federal que proíbe a
comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios, se essa lei municipal, no
caso da liberação, eu gostaria que algum advogado me explicasse, porque existe,
na minha opinião, como jornalista, não sou advogada, a lei torna-se ineficaz,
mediante a lei federal e estadual. Gostaria que o Ver. Pujol, que é advogado,
me explicasse isso.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Dentro do Processo, V. Exa. pode verificar, depois eu passo às suas
mãos, tem o parecer da Procuradoria e da CCJ, que respondem à sua pergunta.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se V. Exa. me
permite, eu gostaria de responder para a Ver.ª Mônica. Esta lei estadual e
federal é o mesmo entendimento que eu tenho sobre a Lei das Máscaras! Existem
outras, mas, aqui, é a mesma coisa. Então, tem que ter coerência!
O SR. CASSIO
TROGILDO: Obrigado a todos os Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro o adiamento da discussão
do PLL nº 018/14 por três Sessões. Isso em função de que é um projeto polêmico,
existem muitos debates, muitas posições, inclusive sugeri que se realizasse uma
audiência pública sobre o tema, com possibilidade de discussão, ouvir o
Ministério Público, ouvir todas as partes em relação ao projeto, tanto da
constitucionalidade quanto do mérito. Essa solicitação é para que tenhamos
tempo hábil para isso.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente,
solicito que a votação seja nominal.
O SR. DELEGADO CLEITON: Eu peço à Vereadora
que retire, até porque nós viemos aqui, pela manhã, fazer uma Sessão
Extraordinária, porque está tudo atrasado. Se votarmos nominal, possivelmente
não teremos quórum.
A SRA. MÔNICA LEAL: Atendendo à
solicitação do Ver. Delegado Cleiton, eu retiro meu pedido de votação nominal.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o
Requerimento de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ENGº COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a
inversão da ordem da priorização de votação, para que possamos, imediatamente,
passar para a votação do Requerimento nº
070/14. Após retornaremos à ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto. (Pausa) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção da Ver.ª Fernanda Melchionna.
O SR.
CHRISTOPHER GOULART (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem da
priorização de votação, para que possamos, logo após a votação do Requerimento
nº 070/14, passar à discussão e votação do PLL nº 274/13. Após retornaremos à
ordem normal.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 070/14 – (Proc. nº 1590/14 – Ver. Engº Comassetto) – requer uma
Sessão Solene destinada a entrega do título de Cidadã de Porto Alegre à Srª
Dilma Rousseff no ato de inauguração do Hospital Restinga e Extremo-Sul que
ocorrerá no dia 04 de julho de 2014 em Porto Alegre.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o Requerimento nº 070/14. (Pausa.) O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 070/14.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O Requerimento,
apresentado pelo lustre Líder do Partido dos Trabalhadores, obedece rigorosamente
a regras estabelecidas no nosso Regimento. Depois que todos os partidos
políticos brasileiros já fizeram as suas convenções, escolheram os seus
candidatos à Presidente da República, com a mais ampla liberdade possível,
dividindo os 30 e poucos partidos políticos brasileiros no apoio a cerca de
oito ou nove candidaturas, que qualquer ato que aqui se realize agora terá
fortemente caracterizado o gesto político que a ele se incorpora. O meu
pronunciamento aqui da tribuna tem essa conotação. O meu partido, no último
dia, confirmou o que a Nação já sabia, o nosso apoio ao Senador Aécio Neves
como candidato a Presidente da República, no que acompanhamos o partido do Ver. Cassio, o Partido Trabalhista
Brasileiro. Estamos unidos, mais uma vez, Vereador, pelo menos nacionalmente.
Agora, Sr. Presidente, sobre o Requerimento em si,
além de ele ter regimentabilidade, eu quero respeitar o direito que têm os
dilmistas da Casa de promover uma homenagem à Presidente da República e
candidata à reeleição das eleições a se realizarem em outubro, em 1º e 2º
turnos. Por isso, Sr. Presidente, eu, que não vou votar na Presidente Dilma,
quero defender o direito, repito, de os dilmistas quererem homenageá-la,
afinal, a Casa já decidiu por unanimidade que ela será cidadã honorária de
Porto Alegre. Para isso, o Regimento da Casa e a própria Lei Orgânica do
Município estabelecem uma Sessão Solene para a entrega desse galardão, desse
diploma, dessa honraria, desse título. Por isso, se ele vai ser entregue agora
dia 4, em plena campanha eleitoral, eu respeito, com toda a profundidade, o
direito de assim fazer. É evidente, eu, Vereador do Democratas, não vou
comparecer a esta Sessão porque a minha presença consolidaria o gesto político,
meu e de tantos outros que discordam da reeleição da Presidente Dilma. Que o PT
e seus aliados incondicionais homenageiem a sua candidatura, é um direito
democrático, nós nos curvamos a isso. Quem sabe se depois não vão querer
reproduzir igual média com relação a outras personalidades da vida pública
brasileira? Com o voto do Democratas, está aprovada, Vereador, a realização, no
dia 4 do corrente mês, isto é, depois de amanhã, a Sessão Solene em homenagem à
nossa Presidente. O horário tem que ajustar na sua programação, que é bastante
extensa, dá tempo ainda de fazer os convites, preencher a Casa dos adeptos da
Presidente Dilma. É o nosso voto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO DERLY: Sr. Presidente,
gostaria de registrar a presença do Ver. Rafael Bueno, do PCdoB de Caxias do
Sul. Também, em virtude da transferência da votação do projeto do Ver.
Brasinha, gostaria de solicitar uma audiência na Comissão de Educação, Cultura,
Esporte e Juventude para tratar do projeto.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): V. Exa. é o Presidente da Comissão e tem toda a
autonomia. Parabéns, Vereador, sinta-se em casa.
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 070/14.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, o Requerimento que estamos propondo, sobre o qual
conversei com todas as lideranças da Casa para que pudéssemos criar a
possibilidade de fazer a entrega do título de cidadã porto-alegrense à Dilma
Rousseff, nossa Presidente, aprovado em 2012. É óbvio que uma agenda de
Presidente é muito particular e peculiar para que possamos fazer uma Sessão
específica aqui nesta Casa. Eu fiz questão de vir aqui, porque alguns me
questionaram sobre o fato de estarmos em um período eleitoral, se poderia ser
feito na Restinga ou não. Eu respondi a todos que sem a nossa autorização, o cerimonial
que trata disso não pode fazer nenhuma tratativa. Portanto, no momento em que a
Câmara fizer essa autorização, nós levaremos a sugestão ao cerimonial da
Presidência, inclusive com o cerimonial desta Casa que fará a análise. Neste
momento, estamos votando uma autorização para fazer a entrega fora da Câmara.
Agora, até se concretizar, tem uma caminhada. Gostaria de deixar bem claro
isso, que a nossa autorização ainda é para que o cerimonial faça a sua análise
e diga se a entrega vai acontecer lá na sexta-feira de manhã, na inauguração do
Hospital da Restinga. De qualquer forma, eu não posso deixar de fazer esse
esclarecimento porque isso é uma construção feita a muitas mãos.
É óbvio que tenho que agradecer novamente a todos
os colegas Vereadores desta Legislatura e da anterior que aprovaram esse
Título; portanto, é da cidade de Porto Alegre. E a Presidente Dilma foi
Diretora-Geral aqui da Casa, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, cargo
ocupado hoje pelo Albano. Desde já, agradeço a todos que propiciaram fazer esse
encaminhamento. Quero registrar que isso está concertado com o Prefeito, com o
Governador, com todas as autoridades, mas só vai se concretizar com a análise
que o cerimonial vai fazer: se sim ou não. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 070/14.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu venho aqui
parabenizar o Ver. Comassetto e dizer que fui um dos que, quando solicitado
sobre essa solenidade, essa votação, se colocou à disposição. Vou a essa
solenidade, caso seja votado a favor.
Esse pedido foi feito em 2012. A Presidente Dilma,
forjada nas lutas e batalhas de meu partido, independente do partido que atua
hoje, independente de algumas situações e ações que tenha efetuado, inclusive
contra trabalhadores, tem o mérito muito grande de ser uma guerreira de uma
época em que alguns tinham medo, estava ali, com uma história até muito bonita
de luta, de conscientização e educação de alguns. Então, é importante que haja
esse reconhecimento dos porto-alegrenses, é importante ter esse reconhecimento,
não por ser hoje a Presidente Dilma, mas por ser alguém que teve uma história
muito forte dentro da história do Brasil. Então, reconhecer esse mérito e dizer
que, se for aprovado, eu serei um dos que estará presente nessa solenidade.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo
Pujol, o Requerimento nº 070/14. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por
votos 20 SIM e 02 ABSTENÇÕES.
Apregoo a Subemenda nº 01, de autoria do Ver.
Professor Garcia, à Emenda nº 12 ao PLE nº 057/13.
Apregoo a Emenda nº 15, de autoria dos Vereadores
João Derly, Mauro Pinheiro e Jussara Cony, ao PLE nº 057/13.
Apregoo a Emenda nº 16, de autoria dos Vereadores,
João Derly, Mauro Pinheiro e Jussara Cony, ao PLE nº 057/13.
Apregoo o Requerimento de autoria do Mauro
Pinheiro, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 15 e nº 16 ao
PLE nº 057/13.
Apregoo o Requerimento de autoria do Márcio Bins
Ely, que solicita representar esta Casa na reunião Internacional Socialista, na
cidade do México, no período de 28 de junho a 3 de julho de 2014, com custeio
de viagem.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Paulo Brum, o Requerimento de autoria do Christopher
Goulart. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Dezesseis Vereadores presentes.
Não há quorum.
Está encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 11h39min.)
* * * * *